
Thursday, August 20, 2015
MOÇAMBIQUE (1949-1972)

O paquete
MOÇAMBIQUE
foi encomendado a
20-12-1945 ao estaleiro Swan, Hunter & Wigham Richardson, Ltd., e
construído em Newcastle upon Tyne, Inglaterra (construção nº
1856), para a Companhia Nacional de Navegação. A
30-10-1947 procedeu-se ao assentamento da quilha, sendo lançado à
água a
1-12-1948. Foi madrinha do MOÇAMBIQUE
a Sr.ª Dª. Genoveva de Lima Mayer Ulrich, mulher do Dr. Ruy Ennes
Ulrich, presidente do conselho de administração da CNN. O navio fez
as provas de mar em Setembro e foi
entregue a 15-10-1949, tendo chegado a Lisboa a
22-10-1949. Foi seu primeiro comandante
o capitão da marinha mercante Jorge Leão da Silva Cardoso. O
navio recebeu a visita do Ministro da Marinha Cte. Américo Tomás a
31-10-1949. A
11-11 o MOÇAMBIQUE
foi registado em Lisboa, de onde largou no dia seguinte para Leixões
(12-11),
iniciando a actividade comercial. A 19-11 saiu de Lisboa com
824 passageiros, na viagem
inaugural para Funchal, S. Tomé, Luanda, Lobito, Moçamedes, Cidade
do Cabo, Lourenço Marques, Beira e Moçambique. De
1949 até 1972 fez 108 viagens na carreira da África Oriental, para
além de 4 viagens apenas a Angola,
de 1957 a 1963, e de uma viagem ao Paquistão em 1962 e de 7
cruzeiros, de 1951 a 1969, às ilhas da Madeira e Açores, e ao
Mediterrâneo. Com a guerra em
Angola a partir de 1961, o MOÇAMBIQUE foi requisitado para servir
como transporte de tropas e material de guerra fretado ao Ministério
do Exército por diversas ocasiões: a
13-06-1961 (portaria nº 18.528 de 15-06-1961); 16-07-1961 (portaria
nº 18.601 de 17-07-1961); 1-05-1962 (portaria nº 19.153 de
28-04-1962). Fretado
ao Ministério do Exército de
1 a 30-05-1962, o MOÇAMBIQUE foi
posicionado de Moçambique para Karachi
onde embarcou os últimos prisioneiros da Índia
Portuguesa
tendo regressado a Lisboa pelo canal do Suez onde
entrou a 30-05. O
MOÇAMBIQUE permaneceu em Lisboa em reparação de
25-12-1962
a 17-04-1963;
os alojamentos de passageiros foram modernizados pelos
serviços técnicos da CNN,
segundo projecto do Alm. Rogério de Oliveira, sendo
substituída a “terceira
classe suplementar” montada nas cobertas, por camarotes e
melhorados os espaços públicos. A
17-04 o navio foi visitado pelo Presidente Américo Tomás e pelo
Ministro do Ultramar, Cte. Peixoto Correia, que almoçaram a bordo e
depois seguiram do Cais
da Fundição para o de Alcântara, onde embarcaram os passageiros. A
29-06-1963
a arqueação líquida foi
alterada
para 7.619
TAL, a capacidade de carga
reduzida para
10.428 m3
e o porte bruto para 7.589
TDW. Nova lotação: 545
passageiros (105
- 1ª., 141 - 2ª., 300 - 3ª.). A 17-04-1963
o MOÇAMBIQUE
regressou ao serviço saindo de Lisboa para Ponta
Negra, Luanda, Lobito e
Moçamedes, numa viagem especial a Angola, (de 17-04
a 20-05-1963)
regressando com escalas pelo
Lobito, Luanda, Cabinda, Ponta
Negra, São Tomé, Tenerife e
Funchal. A 28-05-1970 o MOÇAMBIQUE
foi abalroado pelo
navio-tanque italiano PETROLSADE,
no final de mais uma viagem a África, já próximo da barra do Tejo,
com nevoeiro. O navio italiano enfiou a proa no costado do
MOÇAMBIQUE,
provocando um rombo de grandes dimensões, a destruição da amura de
estibordo e de parte da superstrutura e o alagamento do porão nº 2.
Registaram-se ferimentos em alguns passageiros, um dos quais veio
depois a falecer. O navio entrou em Lisboa pelos seus próprios
meios, foi docado
provisoriamente
pela Lisnave na Margueira, seguindo a
6-07 para Glasgow,
onde foi reparado, de 15-07
a 12-12-1970.
O MOÇAMBIQUE
foi de novo modernizado
na ocasião, sendo reduzida, a lotação de passageiros para 264 (105
- 1ª., 141 – 2ª., 18 - 3ª.) e
o número de tripulantes para
155, aumentando a capacidade de carga para 14 020 m3
e o porte bruto para 8 214 TDW. O navio saiu
de Lisboa a
18-12-1970
numa
viagem especial a Luanda, Lourenço Marques, Beira, Nacala e regresso
ao Tejo a 7-02-1971, retomando o itinerário habitual da linha da
África Oriental a 19-02-1971.
Efectuou a última viagem a
Angola e Moçambique de 25-01 a 19-03-1972 após
o que permaneceu imobilizado em
Lisboa. Vendido para desmantelar na Formosa, saiu de Lisboa pela
última vez a 19-08, fez escala para reabastecimento em Durban e
entrou em Kaohsiung a 29-09, onde começou a ser desmanchado a
22-11-1972 pelo sucateiro Jui Fa Iron & Steel Works, Ltd. Registo
cancelado na Capitania do Porto de Lisboa a 14-12-1972. Durante os 22
anos de actividade, o paquete MOÇAMBIQUE transportou cerca de
200.000 passageiros (incluindo 4.200 nos cruzeiros) e transportou
cerca de 1 milhão e 100 mil toneladas de carga, gerando as receitas
de 570 mil contos em passagens (4.726 contos relativos aos cruzeiros)
e 860 mil contos em fretes.
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