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Fotografia: mastreação do Navio-Escola SAGRES (II), fotografado por L. M. Correia
História, características e fotografias de navios portugueses por Luís Miguel Correia. Contacto: m.s.funchal@gmail.com
Navio motor porta-contentores construído de aço em 1996-1997. Nº IMO: 9150470. Nº oficial: A-943; Indicativo de chamada: CSMR. Arqueação bruta: 3.981 toneladas; Arqueação líquida: 1.937 toneladas; Porte bruto: 5.003 toneladas; Deslocamento máximo / leve: 7.340 / 2.337 toneladas. Capacidade de carga: 2 porões para 6.488 m3 de carga (granel); 375 TEUs. Comprimento ff: 100,60 m; Comprimento pp: 93,00 m; Boca: 16,50 m; Pontal ao pavimento principal: 8,00 m; Calado máximo: 6,30 m. Máquina: 1 motor diesel MAK, nº 37169, tipo 8M32 de 8 cilindros, com 4.789 bhp (3.250 kW) a 600 rpm, 1 hélice. Velocidade: 15,7 nós. Tripulantes: 11
O AÇOR B foi construído pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, em Viana do Castelo, Portugal (construção 209) por encomenda do armador Priolo Shipping S.A., Panamá (Mutualista Açoreana) com o nome PRIOLO. A quilha foi assente a 1-11-1996. O casco foi parcialmente construído em Setúbal pela Lisnave (componente compreendendo as balizas 30 a 134), saindo de Setúbal a 11-08-1997 a reboque para Viana do Castelo onde chegou a 13-08. A 19-09-1997 decorreu em Viana do Castelo a cerimónia de bênção e baptismo do PRIOLO, sendo madrinha Dª. Maria Isabel Bensaude. O navio foi lançado à água a 29-09-1997, pelas 15h00 e efectuou as provas de Mar a 26-11. O PRIOLO foi registado no Panamá a 3-12-1997. A 15-12-1997 foi o registo transferido do Panamá para Portugal (Capitania do Porto de Ponta Delgada), sob propriedade de BESLEASING Mobiliária – Sociedade de Locação Financeira, S.A., já com o nome AÇOR B, que foi mudado no navio a 18-12-1997. O AÇOR B saiu de Lisboa a 24-01-1998 na viagem inaugural para os Açores, sendo seu primeiro comandante o capitão da marinha mercante Fernando Grego Dias. Em 27-03-2007 a propriedade do AÇOR B foi transferida da BESLEASING para a Mutualista Açoreana de Transportes Marítimos, S.A., sendo o registo do navio alterado. O AÇOR B permaneceu em serviço na linha Continente – Açores até 23-07-2007, quando foi substituído pelo novo CORVO. Após reclassificação efectuada de 24-07 a 10-08-2007 nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, o registo do AÇOR B foi transferido para a Madeira (MAR – Registo Internacional de Navios da Madeira) a 8-08-2007, sendo o navio fretado a tempo à Transinsular – Transportes Marítimos Insulares, S.A., de Lisboa, passando a fazer a carreira Lisboa – Leixões – Cabo Verde – Guiné. Vendido à Transinsular – Transportes Marítimos Insulares, de Lisboa e entregue a 18-01-2008 em Viana do Castelo, alterando o nome para LAGOA. Continuou a fazer a carreira de Cabo Verde e Guiné, serviço em que opera neste momento.
Navio de passageiros e carga a turbinas, construído de aço, em 1954-1955. Nº oficial: I 358; Indicativo de chamada: CSBP. Arqueação bruta: 10 187 toneladas; Arqueação líquida: 6 230 toneladas; Porte bruto: 6 870 toneladas. Deslocamento: 13.900 toneladas. Capacidade de carga: 4 porões para 9 019 m3 de carga geral, incluindo 536 m3 de carga frigorífica. Comprimento ff.: 152,71 m; Comprimento pp.: 138,34 m; Boca: 19,87 m; Pontal: 11,00 m; Calado: 8,71 m. Máquina: 1 grupo de turbinas a vapor AEG, com 10.500 shp a 115 rpm (potência máx. 11 500 shp a 119 rpm); 1 hélice. Velocidade: 18 nós (máx. 19 nós). Passageiros: 323 (80 - 1ª., 243 - turística, (43 em turística A, 80 em turística B, 120 em turística C). Tripulantes: 139. Navio gémeo: AMÉLIA DE MELLO. Custo £ 820 000.
O ANGRA DO HEROÍSMO foi construído em Hamburgo por Deutsche Werft A.G. (construção nº 690), com o nome ISRAEL para a Zim Israel Navigation Co., de Haifa, pago pelo governo alemão federal como indemnização por danos ao povo Judeu durante a Segunda Guerra Mundial. Lançado à água a 4-03-1955, seria entregue ao armador em 09-1955 e registado em Haifa (9 853 TAB, 312 passageiros – 24 de 1ª classe, 232 de turística e 56 intermutáveis), destinando-se à carreira Haifa – Nova Iorque. A 24-09-1055 largou de Hamburgo para Haifa com escala em Southampton e em 13-10-1955 saiu de Haifa na viagem inaugural para Nova Iorque, com escala em Nápoles (portos de escala variáveis, incluindo normalmente Nápoles, Gibraltar, Ponta Delgada, Halifax e algumas vezes o Pireu, Palma de Maiorca, Barcelona, Baltimore e o Funchal). Fez este serviço durante 10 anos e em 29-10-1959 foi abalroado pelo cargueiro norte americano AMERICAN PRESS (8.277 TAB, construído em 1945) e reparado no estaleiro de Brooklyn. Em 17-03-1966 foi comprado pela Empresa Insulana de Navegação, S.A.R.L., de Lisboa, para fazer a carreira Lisboa – Madeira – Açores. Entregue em Haifa a 27-04-1966, passou a chamar-se ANGRA DO HEROÍSMO, e saiu nesse mesmo dia para Lisboa (05-05). De 5-05 a 29-06-1966 efectuou diversas reparações e alterações no Tejo, sendo registado no porto de Lisboa a 30-06-1966. Entretanto o FUNCHAL (9 847 TAB, construído em 1961), sofreu uma avaria grave nas caldeiras durante um cruzeiro fretado ao Automóvel Clube de Portugal e em 29-06 o ANGRA DO HEROÍSMO saiu de Lisboa para o Funchal na sua primeira viagem com as cores da Insulana afim de trazer para Lisboa parte dos passageiros do FUNCHAL. Em 9-07-1966 o ANGRA DO HEROÍSMO saiu de Lisboa na viagem inaugural ao Funchal, Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta. Em 7-11-1970 saiu em lastro de Lisboa para o El Ferrol, onde sofreu uma reparação, regressando ao Tejo a 24-12. De 29-12-1970 a 4-01-1971 fez um cruzeiro de Fim de Ano Lisboa – Funchal – Lisboa. Durante o ano de 1971, para além de viagens à Madeira e aos Açores, o ANGRA DO HEROÍSMO fez diversas viagens Lisboa – Bissau, fretado ao Ministério do Exército para transporte de tropas e material de guerra. Saiu de Lisboa na primeira viagem à Guiné em 21-01 regressando ao Tejo na última em 8-10. A partir de 9-1972, com a retirada do FUNCHAL da carreira das Ilhas, o ANGRA DO HEROÍSMO passou a ser o último paquete da EIN a assegurar aquele serviço. Em 14-10-1973 saiu de Lisboa na última viagem à Madeira e Açores, imobilizando no Mar da Palha, em Lisboa após regresso ao Tejo em 25-10. Em 4-02-1974 passou a ser propriedade da CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, S.A.R.L., devido à fusão da EIN com a CCN, mas já estava decidida a sua venda para sucata, concretizada a 5-04-1974. Em 14-04-1974 chegou a Castellon a reboque procedente de Lisboa, procedendo-se ao seu desmantelamento durante o ano de 1974.
Navio motor de carga e passageiros construído de aço em 1951-1953. Nº oficial: 900; Indicativo de chamada: CSPU. Armador: Empresa de Navegação Madeirense, Lda., Funchal. Arqueação bruta: 657 toneladas; Arqueação líquida: 316 toneladas; Porte bruto: 585 toneladas; Deslocamento leve / máximo: 550 / 1.135 toneladas. Capacidade de carga: 2 porões para 857 m3 de carga geral, incluindo 40 m3 de carga frigorífica. Comprimento ff: 58,99 m; Comprimento pp: 53,90 m; Boca: 8,87 m; Pontal: 4,05 m; Calado máximo: 3,40 m. Máquina: 1 motor diesel Werkspoor TMAS 396 nº 1370, de 6 cilindros, com 780 BHP a 260 rpm, 1 hélice. Velocidade: 11 nós. Passageiros: 9. Tripulantes: 12. Custo: 12.200.000$00.
O FUNCHALENSE foi construído nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, SARL, em Viana do Castelo (construção nº 14), segundo projecto do engenheiro construtor naval Fernando Campos de Araújo, expressamente para a carreira regular entre Funchal e Lisboa, destinando-se ao transporte de banana, carga geral e passageiros. O contrato de encomenda foi assinado em Lisboa a 6-04-1951 pelos Administradores da Empresa de Navegação Madeirense Sr. Augustin Ramos e comandante Marcos Fernandes Agualuza, e por Jacques de Lacerda, Administrador dos ENVC. A quilha foi assente na doca de construção em 02-1952, tendo-se procedido à flutuação do casco a 27-04-1952 numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Marinha almirante Américo Tomás. Concluído o aprestamento, o FUNCHALENSE saiu de Viana do Castelo a 17-04 para Lisboa (18-04), onde foi entregue à Empresa de Navegação Madeirense, do Funchal em 22-04-1953, sendo registado na Capitania do porto de Lisboa na mesma data com o nº. oficial H -417. Recebeu a visita oficial do ministro da Marinha a 23-04. O navio largou de Lisboa sob o comando do Capitão Rogério Marques na viagem inaugural a 1-05-1953, com 2 passageiros e 517,2 toneladas de carga geral e frigorífica, dirigindo-se à baía de Sesimbra onde decorreram das 13h50 às 15h00 as provas de velocidade, nas quais “o navio, com o deslocamento de 1.122 t., deu a velocidade de 10,7 nós, com o motor a 256 rpm, desenvolvendo a máquina 635 BHP.”[i] Concluídas as provas, o FUNCHALENSE fez rumo para o Funchal (estadia no Funchal de 3 a 9-05). A 4-05 foi apresentado às “autoridades superiores do Distrito”, tendo o Cónego Manuel Francisco Camacho procedido à bênção da nova unidade, de que foi Madrinha Nossa Senhora da Conceição, cumprindo-se uma tradição adoptada pela empresa desde 1907. O navio largou do Funchal pela primeira vez a 9-05-1953 para o Porto Santo e Lisboa (11-05), substituindo na carreira o SÃO SILVESTRE, e alternando as viagens com o MADEIRENSE (I) até este ser substituído em 1962 pelo novo MADEIRENSE (II). O FUNCHALENSE foi registado na Capitania do porto do Funchal a 19-06-1953. De 9-09-1962 a 4-01-1963, esteve em reparação em Lisboa, sendo substituído pelo ILHA DA MADEIRA. Com a encomenda aos Estaleiros de São Jacinto de um novo FUNCHALENSE (III), a 10-07-1966 o FUNCHALENSE alterou o nome para ILHA DO PORTO SANTO, actualizando-se o registo respectivo na Capitania do Funchal a 22-07 seguinte. Continuou a fazer a linha Continente – Madeira até ser substituído pelo novo FUNCHALENSE (III), concluindo a última viagem regular em Lisboa a 13-09-1968, imobilizando na Doca de Santo Amaro. Em 01-1969 a Empresa Insulana de Navegação perdeu por afundamento junto à Ilha da Graciosa o seu cargueiro TERCEIRENSE, pelo que, cumprindo directivas da Junta Nacional da Marinha Mercante, procedeu à substituição temporária daquele cargueiro afretando o CORVO (II) à Mutualista Açoreana e o ILHA DO PORTO SANTO à Madeirense. Assim, em 02-1969 o ILHA DO PORTO SANTO foi reactivado e fretado à Empresa Insulana de Navegação para fazer uma carreira Lisboa – Setúbal – Funchal – Aveiro, saindo de Lisboa na primeira viagem ao serviço da EIN a 9-02. A 9-08-1970 encalhou num banco de areia no porto de Aveiro, próximo de S.Jacinto, com 300 toneladas de bananas a bordo, devido ao nevoeiro, tendo sido desencalhado no dia seguinte sem registar avarias. Com a criação da CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, SARL, a 4-02-1974 por fusão das empresas Insulana e Colonial, o fretamento do ILHA DO PORTO SANTO foi na mesma data transferido para a nova empresa, continuando a navegar entre o Continente e as Ilhas. A 29-11-1974 o ILHA DO PORTO SANTO foi vendido à CTM por 2.500 contos, mantendo o nome e o porto de registo. A 16-04-1975 a designação do armador foi alterada para CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, E.P., devido à nacionalização. Registado na Capitania do porto do Funchal a 17-04-1975 como propriedade da CTM. Saiu de Lisboa para os Açores a 22-05-1975 na primeira viagem com as cores da CTM. A 10-04-1976 foi autorizada pelo Governo a transferência do registo do Funchal para Lisboa, em cuja Capitania foi efectuado novo registo a 4-05-1976 (nº oficial: I 479). Utilizado no serviço inter-ilhas nos Açores até à sua imobilização em Lisboa a 13-01-1981. A venda do navio foi autorizada pelo Governo a 13-01-1982. Após 18 meses de inactividade atracado no Tejo e fundeado no Mar da Palha, o ILHA DO PORTO SANTO foi vendido por 4.000 contos à firma Baptista & Irmãos para desmantelar em Alhos Vedros e entregue em 06-1982. Registado na Capitania do porto de Lisboa a 25-06-1982 por Baptista & Irmãos, Lda., para efeitos de propriedade e demolição. Nº. oficial: I 479. Este registo foi cancelado a 21-01-1983 por o ILHA DO PORTO SANTO ter sido demolido no Cais Novo de Alhos Vedros, na Moita do Ribatejo.
[i] Conforme relatório arquivado nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
Navio de passageiros a motor, construído de aço, em 1952-1954. Nº oficial: H 428; Indicativo de chamada: CSAN. Arqueação bruta: 10.001 toneladas; Arqueação líquida: 6.830 toneladas; Porte bruto: 8.226 toneladas. Deslocamento leve / máximo: 6.254 / 14.480 toneladas. Capacidade de carga: 5 porões para 8.719 m3 de carga geral, incluindo 450 m3 de carga frigorífica. Comprimento ff.: 145,55 m; Comprimento pp.: 137,36 m; Boca: 19,15 m; Pontal: 11,14 m; Calado: 8,02 m. Máquina: 1 motor diesel Burmeister & Wain nº. 6410, tipo 874VTF-140, de 8 cilindros a 2 tempos, com 6 850 bhp a 125 rpm, 1 hélice. Velocidade: 16 nós, com consumo de 20 T de
Diesel oil / 24 horas. Passageiros: 571 (78 - 1ª., 493 em turística) Tripulantes: 150. Custo: 256.794.282 Francos Belgas, cerca de 193.669.000$00.
O UIGE foi construído no estaleiro belga Sociètè Anonyme John Cockerill, em Hoboken (construção nº. 769), por encomenda da Companhia Colonial de Navegação, destinando-se a substituir o MOUZINHO na carreira de Angola. O navio foi projectado pelo Eng. construtor naval Acúrcio de Araújo. Construído em doca seca, o UIGE teve o primeiro bloco assente a 19-12-1952, procedendo-se à sua flutuação a 23-01-1954. Foi madrinha do UIGE Dª. Maria Augusta do Rosário Bustorff Silva, filha do presidente da Assembleia-Geral da CCN, Dr. Bustorf Silva. O UIGE fez as experiências contratuais no Mar do Norte no final de Junho de 1954, atingindo 17.5 nós nas provas de velocidade e regressou ao estaleiro a 1-07. Foi entregue à Companhia Colonial em Antuérpia a 3-07-1954, tendo como primeiro comandante o capitão Júlio Moniz da Maia. O navio saiu a 8-07 para Lisboa onde entrou pela primeira vez a 11-07-1954, sendo visitado pelo ministro da Marinha à chegada e pelo Presidente da República, General Craveiro Lopes a 29-07. Foi registado em Lisboa a 30-07-1954. No dia 1-08 a administração da CCN ofereceu a bordo do UIGE um banquete em homenagem ao ministro da Marinha, almirante Américo Thomaz. O navio deu início à actividade comercial a 3-08 saindo de Lisboa para Leixões (4 a 6-08). Após escala prévia em Leixões, o UIGE largou de Lisboa a 7-08-1954 na viagem inaugural a Luanda, Lobito, Moçamedes, São Tomé e Funchal, regressando a Lisboa a 14-09. Nesta primeira viagem do UIGE, seguiu a bordo o presidente do Conselho de Administração da CCN Bernardino Correia. Na viagem nº 4 (saída de Lisboa a 10-01-1955 e regresso a 11-02) o UIGE passou a fazer escala em Las Palmas tanto à ida como na volta, tendo entrado em Las Palmas pela primeira vez a 12-01-1955. O seu itinerário habitual ficou assim estabelecido: Lisboa – Leixões – Lisboa – Las Palmas – Luanda – Lobito – Moçamedes – Lobito – Luanda – Las Palmas – Funchal – Lisboa. Nalgumas viagens o navio ia a São Tomé e a 8-05-1962 fez a primeira de diversas escalas em Cabinda. De 16-07 a 16-08-1958 o UIGE efectuou uma viagem ao Brasil (Lisboa, Leixões, Lisboa, Funchal, São Vicente, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos, regressando pelos mesmos portos), em substituição do SANTA MARIA que foi a Angola. Pela portaria nº 18.530, de 15-06-1961, o UIGE foi fretado ao ministério do Exército a partir de 13-06-1961 para transporte de tropas e material de guerra, em resultado do que saiu de Lisboa a 15-06 com tropas, seguindo directamente para Luanda (26/28-06); no regresso operou em regime de viagem comercial. O UIGE foi um navio particularmente bem sucedido na frota da CCN, aliando uma grande capacidade de carga e passageiros à economia de exploração. Em termos de incidentes registados com o navio, de referir a colisão, sem grandes consequências, com o cargueiro inglês KENILWORTH CASTLE (9.916 TAB / construído em 1944 como EMPIRE WILSON) durante uma manobra no Lobito a 22-05-1957, e a perda de um dos ferros no Funchal a 22-02-1964. O transporte de tropas em regime de fretamento ao ministério do Exército foi incrementado a partir de 1964 com o alastramento da guerra à Guiné. A viagem nº 79 do UIGE, que decorreu de 4 a 18-03-1964 foi a primeira de 30 viagens com tropas a Bissau. De 21-12-1973 a 1-01-1974 o UIGE efectuou uma viagem à Madeira e Açores fretado à Empresa Insulana de Navegação com escalas no Funchal, Ponta Delgada, Horta e Praia da Vitória. Transferido para a CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos em 4-02-1974 na sequência da fusão da Companhia Colonial com a Empresa Insulana, o UIGE fez mais 4 viagens às Ilhas (25-02 a 10-03, 8 a 21-05, 16 a 27-07, 31-07 a 11-08-1974) concentrando-se de seguida nas últimas viagens a África. Registado na Capitania do Porto de Lisboa a 9-07-1974 como propriedade da CTM, passando a ter o nº oficial I 470. Em Junho de 1975 fez a única viagem a Moçambique (fretado ao ministério do Exército, quando da independência daquele território), e a 23-11-1975 completou em Lisboa a última viagem a Angola (que foi igualmente a última como transporte de tropas, fretamento ao ministério do Exército). De 3-12-1975 a 27-01-1976 fez ainda 3 viagens a Cabo Verde fretado ao Estado para repatriamento de cidadãos cabo-verdianos. Foi imobilizado em Lisboa a 27-01-1976, passando os três anos seguintes fundeado no Mar da Palha. Vendido a 29-11-1978 a Baptista & Irmãos, Lda., por 13.000.000$00, na sequência de Despacho do Secretário de Estado da Marinha Mercante de 18-08-1978. Registado em Lisboa a 16-03-1979 como propriedade de Baptista & Irmãos, para efeito de propriedade e posterior demolição. Foi desmantelado no Cais Novo de Alhos Vedros com início dos trabalhos em 3-1979 e conclusão em 1980. Registo cancelado em Lisboa a 9-10-1980.
9 comments:
Grande iniciativa.
Vou passar por aqui todos os dias.
Ricardo Matias
Aparece sempre, Ricardo, mas olha que se me ponho a publicar as fichas dos navios todos, depois acabam...
De qualquer forma há mais uns para acrescentar nos próximos dias.
Abraço do
LMC
cá ficamos a aguardar os desenvolvimentos deste blog e
avaliar pelo que já vimos nos outros do autor não duvidamos que será mais um de excelência
um abraço
lc
Lc,
Obrigado pela sua opinião positiva. Venho de há muitos anos a estudar a história dos navios portugueses. Este espaço é um ensaio de sistematização. Fazer um dicionário completo provavelmente exigiria uma equipe de trabalho...Mas pelo menos fica um contributo para a preservação da memória dos navios e do mar....
Mais uma excelente iniciativa, parabéns pela ídeia que não sendo original é bastante corajosa - estou certo que o LMC será a pessoa certa para a pôr em práctica!
nmc,
Há muitos anos que venho coligindo e publicando (de 1981 a 1995 muitas na Revista de Marinha, por exemplo)fichas técnicas e históricas de navios. Mais importante que a originalidade, aqui o que conta é a fiabilidade da informação que deve ter o máximo rigor.
Errata:
ncm e não nmc. Por pouco ainda ficava nrp ou msc. Vivemos numa selva de siglas...
LMC
No Uíge, uma fotografia como transporte de tropas, com o ecran do cinema, no mastro de ré e outra com as cores da CTM, ficava bem melhor.
Ricardo Matias
Ricardo,
Tens razão, mas atendendo aos problemas de pirataria nos mares da Somália, onde tenho muitos visitantes do blogue, há que ser discreto. A ideia será contemplada brevemente num outro projecto...
LMC
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