Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia
Tuesday, January 31, 2012
AMBOIM (1948-1974)
O navio de carga-geral AMBOIM foi o
terceiro de quatro cargueiros novos de cerca de 9.000 toneladas de
porte bruto adquiridos pela Companhia Colonial de Navegação (CCN)
em 1947 e 1948 ao abrigo do programa de renovação da frota de
comércio portuguesa conhecido por Despacho 100.
Era exactamente igual ao GANDA, a que
nos referimos no artigo anterior e foi construído também em
Burntisland. Apresentava castelo de proa, dois mastros e uma chaminé
baixa e comprida de navio-motor. Construído para a linha de África,
além de carga geral transportava passageiros, dispondo de 10
camarotes com casa de banho privativa, um luxo para a época. Em
muitas das viagens transportou nas cobertas indígenas moçambicanos
contratados para trabalharem nas roças de São Tomé.
Com a fusão da Colonial com a
Insulana em Fevereiro de 1974, ainda chegou a integrar a frota da CTM
– Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, a nova empresa
resultante da união das anteriores em 1974, mas perdeu-se por
encalhe em Cascais em Novembro desse ano, devido ao mau tempo e
nevoeiro, quando saia de Lisboa para o Mediterrâneo numa viagem que
não completou. Durante a última estadia no Tejo foi pintado com as
cores da CTM, isto é casco azul escuro, chaminé laranja com duas
riscas azuis e uma amarela no meio.
O nome AMBOIM honrava a Companhia do
Amboim, uma das três empresas que a 3 de Julho de 1922 constituíram
a Companhia Colonial de Navegação no Lobito. O AMBOIM de 1948 foi o
segundo navio com este nome na frota da CCN, sucedendo ao AMBOIM
original, um navio misto de passageiros e carga com 3.611 TAB,
construído em Hamburgo no ano de 1898 para a companhia HAPAG
(Hamburg Amerika Linie), com o nome SARDINIA. Em 1914 refugiou-se nos
Açores onde foi requisitado pelo Governo Português em Fevereiro de
1916. Serviu então os Transportes Maritímos do Estado com o nome S.
JORGE até 1925, quando foi comprado pela Colonial, navegando com o
nome AMBOIM até ser desmantelado na Holanda em Janeiro de 1933.
Navio
de carga e passageiros a motor, construído de aço, em 1947-1948. Nº
oficial: H 356; Indicativo de chamada: CSBY. Arqueação bruta: 5.895
toneladas; Arqueação líquida: 3.311 toneladas; Porte bruto: 9.419
toneladas; Deslocamento máximo: 13.114 toneladas; Deslocamento leve:
3.696 toneladas. Capacidade de carga: 5 porões servidos por 5
escotilhas, com 15.122 m3. Comprimento ff.: 135,00 m;
Comprimento pp.: 128,75 m; Boca: 17,98 m; Pontal: 7,79 m;
Calado: 8,21 m. Máquina: 1 motor diesel Doxford de 4 cilindros, com
5.074 bhp; 1 hélice. Velocidade: 14,00 nós (15.40 nós vel. máx.).
Passageiros: 12 em 10 camarotes.
Tripulantes: 32. Navio gémeo: GANDA. Custo: £415.150, cerca de
41.793.144$27.
O
AMBOIM foi construído no estaleiro The Burntisland Shipbuilding Co.
Ltd., em Burntisland, Escócia, (construção nº 314), por encomenda
da Companhia Colonial de Navegação em 1946. A quilha foi assente a
25-02-1947 e o navio foi lançado à água em 12-12-1947 sendo
madrinha a Srª. Dª. Maria Luísa Fontes Pereira de Melo Vieira.
Entregue à CCN em Burnistland a 21-05-1948, o AMBOIM saiu no dia
seguinte para Cardiff (25 a 29-05) para carregar carvão para o Tejo,
onde entrou pela primeira vez a 1-06-1948. Registado em Lisboa a
3-06, saiu em 5-06 na primeira viagem a Galveston, onde carregou
cereais para Leixões e Lisboa. A segunda viagem, foi igualmente aos
EUA (Lisboa 3-08, New Orleans (16 a 28-08), Leixões (11 a 17-09),
Lisboa 18-09). Na terceira viagem o AMBOIM foi ao Canadá. A primeira
viagem na carreira de África teve início em Lisboa a 21-07-1949,
seguindo a bordo carga e 32 passageiros, dos quais 16 pescadores para
Luanda, Lobito e Lourenço Marques. Fez escalas em Luanda, Lobito,
Moçamedes, Lourenço Marques, Beira, Moçambique e Porto Amélia
regressando a Lisboa via Lourenço Marques, Cape Town, Moçamedes,
Lobito e Luanda. Operou principalmente nas linhas de África
Ocidental e Oriental. Em 1972 passou a escalar regularmente portos do
Mediterrâneo no prolongamento da carreira da África Oriental e a
4-02-1974 foi transferido para a CTM – Companhia Portuguesa de
Transportes Marítimos, por fusão da CCN com a Insulana. Em 11-1974
foi pintado com as cores da CTM, largando de Lisboa a 20-11-74 para
Alicante na que seria a sua última viagem, pois ao desembarcar o
piloto na baía de Cascais, aproximou-se demasiado de terra sob denso
nevoeiro e perdeu-se por encalhe junto ao molhe do Clube Naval.
Posteriormente, a 22-01-1975 registou-se um incêndio a bordo que só
seria extinto no dia seguinte. O navio foi declarado perda total
construtiva e entregue à entidade seguradora, sendo vendido à firma
João Luís Russo & Filhos que procedeu ao desmantelamento no
local. Registo cancelado a 24-03-1977 após demolição.
Nota:
os processos de arqueação dos navios foram sofrendo alterações ao
longo dos anos. Nas fichas técnicas das unidades construídas ao
abrigo do Despacho 100 entre 1946 e 1955, seguiam-se as regras de
arqueação britânicas, sendo os valores das respectivas arqueações
bruta e líquida apresentados em toneladas Moorson.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment